Descobri o palco pelas vias do teatro amador, que me levou para a Escola de Comunicações e Artes e, em seguida, para a Escola de Arte Dramática. Caí no profissionalismo conduzido pelas mãos de Myriam Muniz em “Fala baixo se não eu grito” de Leilah Assumpção. Percebo hoje que não construí uma carreira. A carreira me construiu e escolheu por mim por onde passar, com quem passar e como passar. Passei bem em algumas situações, não tão bem em outras, mas, graças a Dioniso, nunca passei mal. O mundo acadêmico também se fez presente igualmente cedo e entendo que, neste momento, é onde posso oferecer o que há de útil em mim. Já somei mais de meio século de atividades letivas e ainda estou aprendendo. Sempre conciliei meu percurso profissional entre o teatro e a academia, fazendo com que ambos se fundissem com absoluta magia. Participando do corpo de jurados do Prêmio Bibi Ferreira, imbuído da responsabilidade que isso acarreta, noto que, como espectador privilegiado, aprecio o trabalho dos que estão no tablado, valorizando o empenho, a dedicação e o esforço daqueles que se preparam para preencher prazerosamente nosso tempo de plateia com reflexões, que nos permitem avaliar melhor o mundo, o momento presente que nos envolve, e a nós mesmos, na incessante busca por nos tornarmos cidadãos melhores, colaboradores na construção de um planeta  melhor.